para Charles Bukowski
Aumento o passo para alcançá-la. Ela entra no ônibus. Faço o mesmo. Ela olha pra trás. Disfarço, finjo não vê-la.
O ônibus para e os passageiros descem. Ela desce, eu desço. A passos lentos, não percebe que está sendo seguida. Dobra a esquina...
Faço um esforço danado pra me aproximar dela com essa perna manca.
É noite, a rua mal iluminada, ela não tem a noção do perigo. Não sabe que o Diabo Manco está em seu encalço.
Ela para na frente do edifício Mozart e pega a chave da bolsa.
Arrasto a perna defeituosa com dificuldade como se fosse arrastar uma tonelada naquela perna.
Ela abre o portão de entrada do edifício. Controlada pelo pensamento do Diabo Manco, deixa o portão aberto. Mais uma fechadura. Essa também fica aberta.
No corredor...
Segue até a quinta porta. Outra chave. Entra e não fecha a porta. Entro também.
Tapete vermelho e uma mesinha no centro. Na mesinha um incenso queimando. Quadro de Salvador Dali na parede.
Deitada no sofá. Fascinante. Sem blusa e sem sutiã. Saia curta acima do joelho. Toma um susto ao ver-me diante dela.
É você Byron?, pergunta um tanto fascinada.
Sou o Diabo Manco, digo.
E o que você vai fazer comigo? Me matar? Me violentar? Dar alguns bofetões e me chamar de puta? ... Por favor, me xingue, me violente, me bata com força, quero morrer em seus braços, ohhhh Diabo Manco!
Avanço pra cima dela. Prendo-a nos meus braços. Cambaleamos feito bêbados e caímos sobre o tapete vermelho. Ela oferece seu lábios úmidos...
Ataco. Um, dois, três... golpes fundos.
Ela grita... Estremece e relaxa. Relaxo também.
Guardo o punhal.
Sou o Diabo Manco!
Hehehe... este eu já conhecia! Muito bom!!!
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